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Educação de Jovens e Adultos no Rio
Conheça as iniciativas da EJA em 2024
E Agora? - Um Rolé Digital
O projeto E Agora? Um Rolé Digital reúne narrativas digitais interativas que tratam de temas relacionados à proteção de dados pessoais, privacidade, cyberbullying, fraude digital e golpes.  A iniciativa é uma parceria da Secretaria Municipal de Integridade, Transparência e Proteção de Dados (SMIT) com a Secretaria Municipal de Educação (SME) e a MultiRio.
Meias Aventuras
Respeitável público, a MultiRio apresenta o Meias Aventuras, um projeto multiplataforma, divertido e super interativo para estimular ainda mais a criatividade das crianças.  
Cartografias de Boas Práticas da Rede
Em um mapa digital interativo da cidade do Rio, a plataforma Cartografias de Boas Práticas da Rede destaca experiências exitosas das escolas públicas cariocas e busca promover uma rede de compartilhamento e trocas entre as unidades escolares, incentivando que boas práticas sejam conhecidas e apropriadas por outros educadores. 
História do Brasil
Com os módulos Rio de Janeiro – História da Cidade, América Portuguesa e Brasil Monárquico, o site História do Brasil conta com um rico conteúdo curricular. Oferece também uma coleção de imagens históricas, com reproduções de telas, representações cartográficas e fotos de documentos. Além disso, ao longo dos textos, palavras e termos destacados trazem links com informações e explicações complementares.                                      
Boas Práticas da Rede
O projeto das Cartografias de Boas Práticas da Rede agora conta, também, com uma uma série audiovisual. Em formato de pequenos documentários, a série Boas Práticas da Rede visita unidades escolares da Rede Municipal de Ensino do Rio para mostrar como professores desenvolvem práticas pedagógicas inovadoras nas escolas cariocas.
Juro Que Vi
Cinco desenhos animados realizados em colaboração com alunos da Rede Municipal do Rio sobre lendas e mitos brasileiros, narrados por grandes atores nacionais.            
Personagens Rioeduca - Paper Toy
Acesse e faça o download dos personagens do Material Rioeduca em versão paper toy para imprimir, recortar e montar. 
Andar no G20
Acompanhe a trajetória dos alunos da ANDAR no G20 durante todo o ano de 2024!
Andar
Projeto de trocas e de colaboração em torno da produção estudantil de notícias, reconhecendo e desenvolvendo iniciativas existentes na Rede Municipal e estimulando novas práticas.
Que Medo!
Por meio de desenhos animados, aborda diferentes faces do medo infantil, contribuindo para seu entendimento e desmistificação.
Material Rioeduca 2024
Acesse os conteúdos do Material Rioeduca.   
Digitalmente
Com duas temporadas e um e-book, a ideia da série Digitalmente é contribuir para a qualificação da ação docente, favorecendo o desenvolvimento de práticas inovadoras em cultura digital na Rede Municipal de Ensino do Rio, contribuindo para que as escolas se constituam como polos de reflexão e de ações transformadoras, que propiciem à comunidade escolar o acesso e apropriação crítica de conteúdos e experiências como fator de inserção social e exercício da cidadania global.
Morde a Língua
Série de Língua Portuguesa dirigida a alunos do 6º ao 9º ano. No formato dramaturgia e inspirada na linguagem dos vlogs, aborda temas como: linguagem e identidade, variações linguísticas, intertextualidade, estratégias de leitura, poemas, contos, crônicas, histórias em quadrinhos, romances e a multiplicidade de gêneros em jornais e revistas.

Os negros e a questão da liberdade no início do século XIX
05 Setembro 2022 | Por Márcia Pimentel
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As diversas lutas instauradas nas províncias em prol da independência não podem ser resumidas apenas como um conflito entre brasileiros e portugueses. Os lusos até formavam um grupo relativamente coeso, mas o mesmo não se pode dizer dos brasileiros, pois havia entre eles inúmeras divisões ideológicas, políticas, sociais e étnicas.

Entre os brasileiros, existia não apenas cisões entre as elites locais e os indígenas, mas também entre brancos e negros. Segundo livro de João José dos Reis e Eduardo Silva (Negociacão e conflito: a resistência negra no Brasil escravista), os brancos ricos temiam que o processo de independência se transformasse em um movimento mais amplo, caso o discurso de liberdade e libertação do Brasil do jugo português atingisse as senzalas.

Óleo sobretela. Campo de batalha. Negros, armados com lanças e spadas, enfrentam soldados com armas de fogo em punho. À esquerda, um negro leva ao alto, como se fosse um troféu, uma cabeça branca degolada.
A Revolução no Hati inspirava sonhos entre os negros, mas assombrava senhores de escravos. Batalha de São Domingos, pintura de January Sucholdoski, 1845, Polish Army Museum, Wikicommons


O medo do Haiti

De fato, desde a Revolução do Haiti – grande rebelião de escravos que levou a colônia francesa de São Domingos à independência no início do século XIX –, era permanente entre os escravocratas o temor de revoltas entre os negros. Os chamados crioulos (escravos nascidos no Brasil), por exemplo, consideravam-se brasileiros e reivindicavam liberdade. Até porque notícias sobre a Revolução Francesa e do Haiti já haviam chegado às senzalas.

Os portugueses valiam-se disso para justificar a necessidade de o Brasil se manter unido à antiga metrópole: “O mais fatal de todos os perigos é passar de senhor a escravo ou ter por senhores esses mesmos escravos africanos e negros”, publicou o jornal O Campeão Português, em 1822. Entre as elites brasileiras, a atitude, de forma geral, era a mesma de dona Maria Bárbara Garcez Pinto:

“A crioulada da Cachoeira fez requerimentos para serem livres [...] Estão tolos, mas à chicotada tratam-se", escreveu em carta ao marido, um dos representantes do Brasil nas Cortes portuguesas em Lisboa.

A Cachoeira a que dona Maria Bárbara se referia era a vila do Recôncavo Baiano onde haviam ocorrido alguns dos acontecimentos mais decisivos da guerra de independência da Bahia. Certamente, os escravos não reivindicavam a liberdade a partir do nada. Só para ter uma ideia do envolvimento deles, em 1822, portugueses e brasileiros viviam em clima de intolerância e era comum ver jovens negros baianos em confronto com os lusos da província.

Revoltas

A Constituição brasileira de 1824 não mudou o status de escravizado dos negros, represando a demanda por liberdade de uma fatia numerosa da sociedade brasileira. Nos últimos anos do século XVIII, lideranças negras já haviam sido condenadas à forca por seu envolvimento em uma conspiração, chamada de Revolta dos Búzios (ou dos Alfaiates, ou Conjuração Baiana), que almejava um governo republicano e a libertação dos escravos.

Litografia em preto e branco. Ao fundo, a Igreja de Nossa Senhora da Piedade. Em primeiro plano um largo pelo qual passeiam homens e mulheres da clase senhorial. Negros trabalham carregando cadeirinhas, redes e liteiras. À frente, um homem branco sem uma das pernas pede esmola e craiança negra brinca com sua mãe sentada no chão.
Largo da Lapa, em Salvador, palco privilegiado da Revolta dos Búzios, onde líderes negros foram enforcados. Litografia de Louis-Julien Jacottet, 1835, domínio público


Em fevereiro de 1823, o militar Pedro da Silva Pedroso, um mestiço pardo que exercia forte liderança sobre soldados negros, levou o pânico para Recife e Olinda junto com suas tropas de gente de cor e a população marginalizada, numa agitação que assumia, segundo artigo de Wanderson de França, “feitio insurrecional” e que provocava “temores de uma revolução racial”.

A revolta foi sufocada após uma semana, mas, no ano seguinte, com forte participação dos negros, pardos e mestiços eclodiu a Confederação do Equador, um movimento que expunha um descontentamento profundo, que também atingia outras províncias do Norte e do Nordeste do Brasil.

Essas revoltas tomaram forma na década de 1830, como a Cabanagem, no Pará, a Balaiada, no Maranhão, e a Revolta dos Malês, na Bahia, rebelião de caráter estritamente racial, contra a escravidão e a imposição da religião católica, que ocorreu em Salvador, em janeiro de 1835

Após a Revolta dos Malês, parcela expressiva dos proprietários baianos se desfez dos escravos, alforriando-os ou vendendo-os para o Rio de Janeiro.

 
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